Os desafios para que o Programa Sa de da Fam lia
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Os desafios para que o Programa Saúde da Família (PSF) se constitua em estratégia privilegiada de estruturação da atenção básica, com repercussões para o sistema de saúde, coincidem com as ambivalências do próprio SUS (Sistema Único de Saúde), ou seja, ampliar a qualidade do acesso aos serviços de saúde da população, num contexto de mercantilização da saúde. A ambigüidade presente no Saúde da Família, ora viabilizando inovações na forma de gerir o cuidado em saúde, ora reproduzindo enfoques restritivos dos programas de saúde pública, centrados na epidemiologia das doenças de massas, figura como aspecto importante à discussão de mudança de modelo assistencial. Dentre as possibilidades à reorganização pretendida, destaque-se a produção de conhecimentos que contribuam para a análise da gestão do cuidado no processo de trabalho dos profissionais de saúde. Gestão do cuidado é a forma com que as relações intersubjetivas de ajuda-poder se organizam e se manifestam no processo de trabalho, conformando cenários mais próximos do domínio ou da emancipação do outro. Nesse ensaio, questiona-se que referencial teórico-metodológico pode ser utilizado para analisar o potencial para autonomia do cuidado no processo de trabalho do PSF. Parte-se da premissa de que a análise do processo de trabalho em saúde centrado nas contradições da gestão do cuidado contribui para o desvelamento de potencialidades emancipatórias. Noutros termos, que o uso de referenciais que explicitem as relações de poder presentes no cuidado, permeado de tensão entre a tutela e a libertação dos sujeitos, parece válido para indicar cenários de autonomia no âmbito do trabalho das Equipes Saúde da Família (ESF). Como objetivos, têm-se: a-discutir as contradições, possibilidades e desafios às mudanças da gestão do cuidado no PSF/Atenção Básica/SUS e propor um referencial teórico-metodológico para análise da gestão do cuidado no processo de trabalho do PSF.
No campo da saúde, a ‘vigilância’ está historicamente