Síntese do Livro Para que Filosofia da Marilena Chaui
CHAUÍ, Marilena. "Para que Filosofia?", In: Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000, p. 02-17.
Síntese do Texto: “Para que Filosofia?”
Segundo o autor, quando dizemos que alguém “é legal” porque temos mesmos gostos, as mesmas ideias, atitudes, hábitos e costumes muito parecidos com os nossos, estamos silenciosamente, acreditando que a vida com as outras pessoas, - família, amigos, escola, trabalho, sociedade, política – nos faz semelhantes ou diferentes em decorrência de normas e valores morais, políticos, religiosos e artísticos, regras de conduta, finalidades de vida. Podemos verificar que nossa vida cotidiana é toda feita de crenças silenciosas, da aceitação de tudo, que nunca questionamos porque nos parecem naturais, óbvias. Porém ao tomar certa distância, podemos interrogar a nós mesmos, desejando conhecer por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica. As características da atitude filosófica são, primeiramente, dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido. A segunda característica é uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico.
O autor afirma que a Filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum. Para o discípulo de Sócrates, o filósofo grego Platão, a Filosofia começa com a admiração; já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, acreditava que a Filosofia começa com o espanto. Admiração e espanto significam: tomamos distância do nosso mundo costumeiro, através de nosso pensamento, olhando-o como se nunca o tivéssemos