os delirios de consumo
Resenha do filme Os delirio de consumo de Becky Bloom 2009.
O filme “Os Delírios De Consumo De Rebeca B. Woody” estabelece uma relação com diversas facetas do cidadão moderno, além de fazer uma crítica ao comportamento compulsivo e à espetacularização, que, juntos, tornam-se elementos essenciais para o capitalismo.
A protagonista possui um conjunto de traços que caracterizam a sociedade atual, criando, assim, uma conexão entre o espectador e Rebeca Woody. O primeiro traço, bastante explorado pelo filme e bem evidenciado, baseia-se no comportamento paradoxal do ser humano: mostrar ao público consumista nova-iorquino como fazer suas economias e, simultaneamente, ser uma consumidora compulsiva – esta é a contradição vivida por Rebeca. Isso nos leva, também, ao conceito de hipocrisia. É bastante comum o indivíduo encontrar dificuldades para se encaixar em determinado meio e, dessa forma, acabar apelando para um comportamento que vai de encontro com sua própria natureza.
Outro traço evidenciado pela personagem é a alienação. O sistema vigente exige da população um consumismo diário que, se não for controlado, torna-se o problema enfrentado pela protagonista: as dívidas. O cidadão alienado mostra-se suscetível a qualquer tipo de oferta ou propaganda, seja no que diz respeito à política, à saúde, à economia etc., deixando o caminho aberto para a espetacularização (princípio da realidade omitido na imagem).
Por último, outro traço bastante explorado pelo filme é a persuasão. O ser humano consegue, por diversos meios comunicativos, persuadir o consumidor, muitas vezes utilizando-se de propagandas falsas. E mais uma vez entramos no conceito de hipocrisia, por parte do que pratica a persuasão, e alienação, por parte do persuadido.