Os Contos de Fadas e a Linguagem na Infância
Nas últimas semanas, temos conversado sobre os Contos de Fadas e talvez você já tenha se perguntado como essas histórias podem ajudar os ouvintes, em especial as crianças. Pensando nisso, falaremos hoje de alguns aspectos que podem ser diretamente influenciados pela prática de ouvir e (re)contar histórias: o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem oral.
Falar de linguagem é sempre um desafio devido às multiplas possibilidades de abordagem do tema. Autores consagrados como Jean Piajet, Lev Vygotsky, Mikhail Bakhtin e Steven Pinker pesquisaram o assunto e propuseram teorias que tentam explicar o que é e como funciona a linguagem. Em seus estudos, desenvolveram conceitos que muito contribuiram para o estudo da linguagem, conforme o quadro abaixo.
Fonte: www.google.com
Se por um lado os cognitivistas defendem a linguagem como instinto desenvolvido a partir da cognição, os interacionistas a entendem como produção sócio-histórica e cultural. Os avanços das neurociências também trazem muitas contribuições para os estudos nesta área, mas ainda assim algumas polêmicas persistem, especialmente as de natureza ideológica. Por isso, ao invés de confrontar posições, tentaremos apreender a essência de cada teoria e fazê-las interagir com situações cotidianas.
A título de ponto de partida, vamos começar refletindo um pouco sobre o que vem a ser o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem oral, analisando inicialmente os termos separadamente para depois entender a que se referem quando juntos. Vamos lá!
O termo processo remete a algo que acontece em continuidade e com uma relação de interdependência entre as atapas. Dizer que algo é contínuo é o mesmo que dizer que não há interrupção e que cada evento está associado ao que ocorreu antes e irá repercutir no que virá depois. A linguagem é assim. Ela se constitui em um processo que inicia antes do nascimento e segue