os 5 brasis
O conceito fundamental da nova teoria revolucionária do desenvolvimento construída por Marx é o conceito de «forças produtivas». Também ele está para Marx determinado socialmente. Não se trata nem de uma simples inversão «materialista» da «Ideia» absoluta de Hegel nem de uma base natural subjacente à estrutura económica da sociedade em cada caso (as «relações de produção») que fundamentasse todo o desenvolvimento social. As forças produtivas materiais constituem, em conjunto com as relações de produção nas quais actuam e se desenvolvem, o todo real do que em cada modo de produção material se pode «registrar» com a «fidelidade» da ciência natural. Este conceito marxiano não tem nada de místico nem de metafísico. «Força produtiva» não é senão a capacidade de trabalhar real dos homens vivos: a capacidade de produzir por meio do seu trabalho e com a utilização de determinados meios materiais de produção e numa forma de cooperação determinada por eles, os meios materiais para a satisfação das necessidades sociais da vida, o que quer dizer em condições capitalistas, a capacidade de produzir «mercadorias». Tudo o que aumenta esse efeito útil da capacidade humana de trabalhar (e portanto, em condições capitalistas, inevitavelmente também o lucro dos seus exploradores) é uma nova «força produtiva» social. É preciso contar entre as forças produtivas materiais, a par da natureza, a técnica, a ciência, e antes de tudo também a própria organização social e as forças criadas nela por cooperação e divisão industrial do trabalho, as quais são desde o princípio energias sociais. Já Adam Smith falava na sua obra económica do «aumento relativo da capacidade produtiva do trabalho», e pode-se dizer sem exagero que é precisamente nessa ideia, enormemente ampliada e criticamente desenvolvida por Marx, que tem a sua verdadeira origem o novo conceito básico materialista de forças produtivas materiais.
A «contradição entre as forças produtivas e