Os 4 graus do conhecimento
Os 4 Graus do Conhecimento
INTRODUÇÃO
Platão, panteísta, ensina que o conhecimento humano progride rumo à Verdade numa escala ascendente, composta de quatro graus (República, VI e VII). Estes quatro graus do conhecimento estão presentes em intelectuais de todos os tempos, passando por São Boaventura (Itinerário da mente a Deus, 1259), por Spinoza (Éthica, II, 1675) e, recentemente, pelo filósofo francês Jacques Maritain (Os Degraus do Saber, 1932). O quarto grau, o do Intelecto Contemplativo, faz o homem alcançar o vértice da existência.
São estas as faculdades humanas e estes os graus do conhecimento produzido: 1. representações vulgares conhecimento do dia-a-dia 2. percepções dos sentidos conhecimento sensível 3. razão conhecimento racional-científico 4. intelecto conhecimento supra-racional, contemplativo.
As filosofias religiosas e as cósmicas adotam o esquema platônico por inteiro. O Bom é conhecido no quarto grau. É lá que a Verdade, o divino presente no mundo, se desnuda para a mente humana.
As filosofias materialistas/racionalistas admitem somente os primeiros três graus da escala platônica.
Ilustraremos os graus do conhecimento a partir do Mito da Caverna, escrito por Platão exatamente para ilustrar tais graus.
O 1o e 2o grau do conhecimento: representações vulgares do senso comum e percepções sensíveis (caverna)
O primeiro grau do conhecimento consiste nas representações vulgares do senso comum, propiciadas por uma capacidade cognitiva natural e instintiva do ser humano (vulgar no sentido técnico de vulgus, que significa povo). Trata-se do conjunto das idéias advindas da necessidade diária de sobrevivência biológica e social: comer, morar, família, trabalho, grupo, o papo do dia-dia, o discurso de feira e bar, o talk-show televisivo, a fala sem dono, o mexerico da rua, o murmúrio enganador do “se diz..., todos acham que..., ouvi dizer que...”. Este grau