Ortografia
A atitude tradicional do professor de português, ao receber um texto produzido por um aluno, é procurar imediatamente os “erros”, direcionar toda a sua atenção para a localização e erradicação do que está “incorreta”, uma obsessão neurótica para que todas as palavras tragam o acento gráfico, que todos os c tenham sua cedilha, que todas os j g estejam nos lugares certos.
Gramática filia-se é tradição que atribui ao domínio da escrita elemento de destinação social que na verdade um elemento de dominação por parte das letradas sobre as iletradas.
Existe um mito ingênuo de que a linguagem humana tem a finalidade de “comunicar”, de transmitir idéias, mito que as modernas correntes da linguagem e muitas vezes um poderoso instrumento de ocultação da verdade de manipulação do outro, de controle, de intimidação, de operação de emudecimento. Ao lado dele, também existe o mito de que a escrita tem o objetivo de difundir as idéias.
Foi necessário a reforma protestante, no século XVI, para que a Igreja Católica Romana permitisse a “popularização” da bíblia, tolerando que as escritas fossem lidas e estudadas em outras línguas vivas e não somente em latim.
A primeira Tradução da Bíblia ara o português, só aconteceu em 1719, por obra de um protestante, João Ferreira de Almeida.
Outra idéia ingênua dos autores é achar “inadmissível” o numero de erros de ortografia cometidos pelo Brasil o fará já que nosso alfabeto tem a penas 23 letras! Ora o alfabeto tem 23 letras, mas elas podem se juntarem em centenas (senão milhares” de combinações diferentes, criando a riqueza inumerável das palavras da língua