ORIGENS E EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
INTRODUÇÃO
Muito se tem debatido sobre os significados do comportamento socialmente responsável das empresas. A responsabilidade social corporativa disseminou-se de tal forma e em uma velocidade tão grande na mídia e na academia que hoje é possível identificar uma série de correntes conceituais sobre o assunto. São linhas de pensamento que abordam desde questões éticas, de legitimidade social e cidadãs, que justificam o exercício da responsabilidade social corporativa, até as discussões sobre as fronteiras do papel do Estado e da organização como principais patrocinadores da ação social nas comunidades.
No início da industrialização, por exemplo, aceitava-se que a missão dos negócios fosse estritamente econômica. O que as organizações produziam o mercado consumia e cabia ao Estado regulamentar e coordenar o crescimento dos centros urbanos, impulsionado pela tecnologia e produção industrial. Com o decorrer do tempo novas questões foram sendo colocadas para as empresas. O aumento desenfreado das comunidades no entorno das indústrias e a gradual diminuição de recursos financeiros governamentais destinados a combater as necessidades de infra-estrutura social levaram as organizações a repensarem o papel antes restrito ao desenvolvimento das economias locais. Daí o uso da terminologia “responsabilidade social”, que denota um compromisso ético-legal ou responsivo das organizações, no sentido de responder às demandas sociais. Este trabalho pretende colaborar com a pesquisa de responsabilidade social, propondo uma nova abordagem da temática. O estudo parte do pressuposto de que o exercício da ação social corporativa pode ser mais bem entendido por meio do contexto econômico e social de cada localidade em determinado período. O arcabouço conceitual do que viria a ser a responsabilidade social poderia estar associado à história das relações das organizações com as comunidades diretamente afetadas pelas suas