Origens Da Opress O E Perspectivas

Mulher: origem da opressão e perspectivas
Miranda Muniz
"o grau de emancipação da mulher em uma sociedade é o termômetro através do qual se mede à emancipação geral dessa sociedade" (Charles Fourier – socialista utópico)
A questão da mulher sempre esteve presente nas preocupações dos socialistas. Antes de sua morte, em 1883, Karl Marx estava debruçado sobre o tema, o qual seria objeto de análise nos capítulos sobre as classes e o Estado, que integraria sua obra primorosa – O Capital. Um ano após sua morte, seu companheiro de ideias e de lutas Friedrich Engels, lançava o clássico livro “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, intitulado por ele como “a execução de um testamento” admitindo modestamente que “o meu trabalho só debilmente pode substituir aquele que meu falecido amigo não chegou a escrever”.
No livro, Engels aborda com rigor científico as origens da opressão de gênero e aponta as perspectivas da luta pela sua superação.
As bases teóricas para as concepções de Engels foram, sobretudo, a contribuição de 2 estudiosos sobre o tema: o antropólogo e jurista Suiço J.J. Bachofen, autor do livro “O Direito Materno” e Lewis Morgan, autor da “A Cidade Antiga”.
Bachofen causou um verdadeiro escândalo ao afirmar que nas sociedades primitivas, em certo período, havia predominado o matriarcado, onde a descendência só poderia ser identificado pela linha materna, pelo fato das mulheres relacionarem-se livremente com diversos homens da tribo. Essa ideia do matriarcado chocava-se frontalmente com as teses religiosas contidas nos “Cinco Livros de Moisés” (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deusteronômio), nos quais às mulheres eram reservados papeis subalternos na família e na sociedade.
A tese do “matriarcado”, ao contrário, conferia à mulher uma posição superior na sociedade, pois os laços familiares estavam diretamente subordinados às mães.
Já L. Morgan, anunciava que a família tinha uma história, passando por fases, onde a família