Origem segurança
No início dos anos 80, o MTE – Ministério do Trabalho e Emprego realizou, em todo o Brasil, concurso público para os cargos de engenheiros e médicos do trabalho. A atribuição desses profissionais seria a de realizar a inspeção do trabalho, relativa à segurança e saúde.
Neste período, ainda, os movimentos sindicais ressurgiram e, com eles, as doenças e os acidentes de trabalho voltaram a fazer parte das preocupações para com os trabalhadores.
Rigotto (1992) coloca que, em entrevistas, os trabalhadores apontavam a questão das doenças e dos acidentes de trabalho como se fossem efetivamente novos: “Indagados sobre o porquê da instituição das ações em saúde do trabalhador, os dirigentes entrevistados falaram em doenças do trabalho que “começaram a aparecer”. (Rigotto, 1992, p. 31).
Sabe-se, porém, que esta questão não era nova, uma vez que, as estatísticas oficiais da época demonstram que mais de dezoito por cento dos trabalhadores sofreram acidentes de trabalho na década de setenta.
Este foi um marco para o desenvolvimento da Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho no Brasil, pois, a década de oitenta conviveu com um paradoxo - a redução das estatísticas de acidentes de trabalho e a conformação da questão como problema social.
Estas duas vertentes caracterizam o cenário da abertura política, consolidada naqueles anos, e o surgimento de doenças até então desconhecidas, decorrentes da introdução de novas tecnologias e atividades, em especial, à época, a digitação.
Dias (1994) também reforça a questão, estabelecendo que:
A luta por melhores condições de vida e de trabalho ganhou novo impulso no cenário que se delineou no país, no final da década de 70. Com o início do processo de retorno, lento e gradual ao Estado de Direito, com a distensão da relação Estado autoritário burocrático/sociedade civil, no processo de abertura ou transição democrática. Com os “ares da democracia” surgiram no movimento social/ movimento de