Origem das biomoléculas
A existência de vida no planeta Terra só é possível devida à existência de água em estado líquido, temperatura compatível com o estágio de vida e elementos químicos essenciais. O experimento de Miller (1953) demonstrou, entre outras coisas, a possibilidade de formação de aminoácidos, carboidratos e nucleotídeos a partir da mistura de alguns gases existentes na atmosfera terrestre (e em todo o universo) submetida às descargas elétricas e radiação ultravioleta em temperatura ideal.
Cerca de 1 bilhão de anos desde de a origem do planeta Terra até o surgimento da vida, permitiram que compostos complexos fossem formados a partir desta “sopa” de elementos, corroborando a teoria da molécula orgânica formada espontaneamente capaz de catalisar a síntese de outras moléculas idênticas, que se agrupadas, poderiam levar à reprodução de um conjunto de moléculas com características semelhantes, onde o equilíbrio entre a síntese e a degradação possibilitaria a multiplicação de tais conjuntos de moléculas.
Para que as reações químicas ocorram de forma ordenada foi necessário que as moléculas primitivas adquirissem propriedades de autocatálise, entretanto, é verdade que algumas moléculas como nucleotídeos podem se polimerizar de maneira espontânea em reações químicas em ambientes primitivos, mas os aminoácidos e carboidratos não possuem essa capacidade. Apenas em 1982, com a descoberta de que a enzima (catalisadores biológicos por excelência) peptil-tranferase (ou riboenzima) é uma molécula de RNA é que foi possível formar teorias mais consistentes, já que as proteínas com funções enzimáticas são impossíveis de serem criadas em condições primitivas.
Apenas com os estudos de Sidney Altman, Thomas Cech, Francis Crik e Leslie Orgel é que se tornou plausível a teoria de que uma molécula formada em condições primitivas pudesse autocatalizar a síntese de outras moléculas de maneira organizada e idêntica. Só