A origem das biomoléculas
Ricardo Vieira Professor de Bioquímica ‐ Universidade Federal do Pará E‐mail: jrvieira@ufpa.br Tabela 1 – Abundância relativa de elementos pesar de frágil as evidências em importantes para a vida em número virtude do insignificante número de átomos por cada 1.000 átomos de de planetas estudados (somente a Terra!), a vida terrestre se apóia na existência de carbono. água disponível em estado líquido, além de Elemento Abundância em Abundância no temperatura compatível com o estágio de vida e organismos universo de elementos químicos essenciais como Hidrogênio 80 – 250 10.000.000 hidrogênio, carbono, nitrogênio oxigênio, sódio, Carbono 1.000 1.000 magnésio, fósforo, enxofre, potássio, cálcio, Nitrogênio 60 – 300 1.600 manganês, ferro e zinco (Tabela 1). Oxigênio 500 – 800 5.000 O clássico experimento de Miller (Figura Sódio 10 – 20 12 1), em 1953, demonstrou a possibilidade da Magnésio 2‐ 8 200 formação de aminoácidos, carboidratos e Fósforo 8 – 50 3 nucleotídeos a partir de uma mistura de gás Enxofre 4 – 20 80 hidrogênio (H2), gás nitrogênio (N2), dióxido de Potássio 6 – 40 0,6 carbono (CO2), água (H2O), amônia (NH3) e Cálcio 24 – 50 10 metano (CH4) submetido a descargas elétricas e Manganês 0,25 – 0,8 1,6 radiação ultravioleta em temperatura compatível Ferro 0,25 – 0,8 100 à provável atmosfera primitiva terrestre. Esta Zinco 0,1 – 0,4 0,12 suposta composição química mínima é (Fonte: CAMPBEL, 1995 – p.13) perfeitamente plausível uma vez que tais componentes encontram‐se disponível em todo o O experimento de Miller não se resume universo e, certamente, deveriam estar presentes em demonstrar a formação de compostos em uma Terra “recém‐nascida” (há torno de 4,6 orgânicos apenas de maneira aleatória, pois, se