Organon
Essa obra, dedicada à lógica formal, compreende seis partes: Categorias, Da interpretação, Primeiros analíticos, Segundos analíticos, Tópicos e Refutações sofísticas; tem o nome de Organon, que significa “utensílio, instrumento”. Isto porque Aristóteles considera a lógica formal como o meio que, à disposição do espírito, permite-lhe raciocinar e exprimir-se em conformidade com a verdade. Aristóteles dedica Categorias ao da predicação – o verbo grego kategorein significa “atribuir um predicado a um sujeito”. O autor apresenta no primeiro capítulo a definição dos termos “homônimo” – são chamadas homônimas coisas que só têm o nome em comum – e “sinônimo” – são chamadas sinônimas as coisas que têm em comum o nome e o conceito, como por exemplo homem e boi, que podem ser ambos chamados de “animal” e partilhar o conceito de animal. No segundo capítulo, ele faz a distinção entre os nomes – nome comum, verbo, grupo, atributo – e as proposições, que são uma ligação (symploké) de nomes. Depois de definir atributo (cap. III), Aristóteles distingue as diferentes significações da predicação (cap. IV). Assim, o atributo pode significar a substância (ousia) quando responde à pergunta “O que é?”, mas pode significar também quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, posição, posse, ação e paixão. Aristóteles define a substância primeira (cap. V) como o que não é afirmado de um sujeito nem num sujeito – é portanto o indivíduo -, e a substância segunda, como o gênero e o espaço aos quais pertencem o indivíduo. Os capítulos VI a IX são dedicados ao estudo detalhado das outras categorias ou modos de predicação. Por fim, o capítulo X estuda os opostos; o capítulo XI, os contrários; o capítulo XII, o anterior; o capítulo XIII, o simultâneo; e o capítulo XIV, o movimento. O capítulo XV encerra o tratado com o estudo da categoria da posse. Os catorze capítulos do tratado Da interpretação são dedicados ao estudo das proposições que