Organização serviços de saude
Carlos Roberto Miranda
INTRODUÇÃO
Preliminarmente, antes de estudar a questão da organização dos serviços de saúde do trabalhador, é importante desenvolver uma breve retrospectiva histórica para que possamos compreender mais claramente como se tem dado a relação entre saúde e trabalho.
Na verdade, essa relação tem sido estudada desde o Antigo Egito e no mundo greco-romano mas só ganharia maior ênfase com o impacto da Revolução Industrial ocorrida no século XVIII.
HISTÓRICO: INTERNACIONAL
Georgius Agrícola, em 1556, foi o primeiro autor a abordar a relação saúde/trabalho em um livro, "De Re Mettalica", que estudava vários problemas relacionados com a extração e a fundição do ouro e da prata, enfocando inclusive os acidentes de trabalho e doenças mais comuns entre os mineiros.
Em 1567, Paracelso publicou a primeira monografia a tratar especificamente a relação entre saúde e trabalho, onde estudava vários métodos de trabalho e inúmeras substâncias manuseadas, dedicando especial atenção às intoxicações por mercúrio.
Em 1700, Ramazzini, um médico italiano considerado "o pai da medicina do trabalho", estabeleceria definitivamente a relação entre saúde e trabalho em seu livro "De Morbis Artificum Diatribe", que estudava as doenças relacionadas com cerca de 50 diferentes profissões.
No entanto, como previra o próprio Ramazzini, o assunto ficou esquecido por décadas e só voltaria a ganhar importância com o impacto da Revolução Industrial após 1760 na Europa. Essa revolução caracterizou-se, basicamente, pelo advento da máquina à vapor, com os artesãos perdendo o controle dos meios de produção, especialmente no setor de fiação e tecelagem. O trabalho passou a ser realizado dentro de fábricas improvisadas (em estábulos, galpões, velhos armazéns), utilizando mão-de-obra que era abundante e formada principalmente por mulheres e crianças. Além disso, o trabalho passou a ser parcializado (o trabalhador apenas executa ordens e cada