Ooooooooooooo
Painel do crédito
O mercado de crédito brasileiro tem relevado números discrepantes. Os bancos públicos ampliaram a carteira de crédito em 29% ao ano, enquanto os bancos privados nacionais cresceram 6,2%. A concessão de crédito para a compra de veículos está encolhendo, apesar dos incentivos à indústria automobilística. A renda cresce, mas o endividamento anda mais forte.
Numa época de elevação dos juros, a atenção em relação às dívidas deve ser ainda maior porque agora o Brasil é um país mais parecido com os outros: o total de dívidas das empresas e das famílias é mais que metade do PIB. O crédito precisava mesmo crescer, mas o temor é sempre com os excessos.
Os empréstimos para consumo estão perdendo força, mas o risco do crédito está concentrado principalmente nos bancos estatais que já respondem hoje por quase metade dos empréstimos concedidos. A pressão do governo sobre os bancos públicos gerou esse número absurdo: Banco do Brasil, Caixa e BNDES e outros bancos estatais ampliaram suas carteiras de crédito em 29% nos últimos 12 meses. Ao mesmo tempo, os bancos privados nacionais emprestaram apenas 6,2% a mais. Os bancos estrangeiros cresceram 6,6%.
A concessão de crédito para financiar o consumo começou a perder fôlego mesmo, mas é apenas uma queda do ritmo. O saldo cresceu 9,2% em 12 meses, bem menos que o crescimento total do crédito, de 16%. De janeiro a abril, o crescimento foi de 2,1%. O saldo total de empréstimos destinados à compra de carros caiu 0,4% nesse período. As concessões, ou seja, novos empréstimos, recuaram 1,1%.
A inadimplência do setor de veículos havia subido muito e tem caído devagar. Era de 3,6% em março de 2011 e chegou a 7,2% em maio de 2012. Em abril deste ano, caiu para 6,3%. O que torna pior a situação desse mercado é que os atrasos entre 15 e 90 dias no financiamento de veículos estão com taxa maior, de 8,2%. Ou seja, a inadimplência pode voltar a subir nos próximos meses.
Mesmo com o ótimo