Onibus 174 - Resenha
Ocorreu no dia 12 de junho de 2000, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Mídia, curiosos, policiais, BOPE. Todos atentos ao desenrolar do caso que teve um final muito longe do feliz: um policial se aproxima para atirar no sequestrador, mas o inesperado ocorre... Dois tiros, dois erros! A refém é ferida e morta. O criminoso: Preso, porém morto no camburão policial, na trajetória até o Hospital.
O retrato de uma segurança pública despreparada, o avanço da mídia na transmissão ao vivo do acontecimento e, principalmente, a situação social atual – Sandro do Nascimento é um menino de rua, que viu a mãe ser morta a facadas em frente ao bar da família.
Qual a chance de inserção de um menino de rua em uma vida digna se o mesmo não apresenta o mínimo necessário para sua introdução no mercado de trabalho e demais ambientes sociais.
Assim, Ônibus 174 é um documentário que retrata a realidade brasileira de forma autêntica, abordando de vários ângulos a vida de uma criança de rua, os fatores que influenciaram e continuam influenciando suas condutas e as mais diversas consequências que cada um desses atos pode representar. Sandro é apenas mais uma vítima desse triste cenário de descaso com a vida de uma criança de rua, sendo um exemplo legítimo dos efeitos que isso pode causar a toda a sociedade.
Sandro é um sobrevivente da “Chacina da Candelária”, em que vários meninos de rua foram assassinados violentamente. Os fragmentos de sua história pessoal apontam para um caminho em que a invisibilidade social se fazia cada vez mais presentes.
De uma tentativa de roubo errada e da dimensão que este ato tomou, Sandro ganha uma visibilidade social, nunca antes conquistada, proporcionada pela exploração da mídia televisiva, que determina o que deve ser visível e invisível. Os olhares de toda uma sociedade