ONGS

6.
Considerações Finais
O estudo realizado sobre as ONGs atuando no Morro do Borel nos possibilitou, de um lado, desmistificar e de outro, confirmar, determinadas noções e mitos que foram criados (e socializados principalmente através da mídia) acerca desse tipo de Organização.
De fato, as ONGs freqüentemente comparecem na cena pública pelos mais diferentes motivos: ora como atores importantes para a defesa de determinadas causas sociais e políticas; ora como foco de denúncias de fragilidades organizativas, de mau uso de recursos ou de baixo compromisso com as populações por elas atendidas.
Considerando as três organizações estudadas, verificamos:
• Apesar de serem apontadas como umas das características das ONGS a rotatividade
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de sua permanência nas áreas e mesmo uma constante mudança de ações e projetos (na medida que dependem de recursos, muitas vezes instáveis, ou condicionados a programas que não são renovados por decisões de seus financiadores) as ONGs do Borel, seus técnicos e coordenadores apresentaram uma permanência relativamente longa na área. Poderia ser argumentado que essa longa permanência se deve ao fato de haver uma parcela significativa desse grupo composta por pessoas residentes na localidade ou mesmo que uma das Organizações foi originada no próprio Borel. Entretanto, mesmo os técnicos não originários da área, lá estão há bastante tempo, sendo que o de vinculação mais recente, atua, há mais de 6 anos. Obviamente que, como destacamos ao longo do trabalho, o envolvimento de moradores nos quadros profissionais das Organizações, é um dos fatores através dos quais estas buscam um “enraizamento” local e uma legitimidade para seu trabalho no mesmo.
• Um segundo aspecto, desta vez confirmador dos estudos acerca das ONGs, refere-se à qualificação profissional de seus coordenadores e responsáveis pelos programas de ação.
Estes apresentaram uma muito boa qualificação profissional,