Onde está o conhecimento?
Incorporado nas palavras. Mas não é necessário conhecer todas as palavras do mundo. O aprofundamento numa só palavra, perguntar o que ela significa, pode ser mais enriquecedor do que ouvir mil palavras de um telejornal, do que ler mil livros sofregamente, do que registrar mil informações no computador.
Muitas pessoas se sentem culpadas por não saberem o bastante. Têm vergonha de confessar a sua ignorância sobre a Bolsa de valores ou sobre a situação no Oriente
Médio. A memória se embota, vem o nervosismo, e com isso não conseguem expressar nem absorver mais nada.
Cercados de informações confusas, entrecruzadas, labirínticas, sentimo-nos zonzos, paramos de pensar. Para vermos o que muitas vezes se passa dentro da nossa cabeça, basta ligar a TV e assistir a essa sucessão caótica de imagens, de temas fantásticos e de enfoques contraditórios, em propagandas, programas e telejornais.
Resultado: somos envolvidos pela banalização de tudo, porque tudo passa a ter a mesma importância, ou a mesma “desimportância”, seja uma guerra, seja uma piada, seja uma partida de futebol, seja uma decisão política, seja um novo apartamento, seja um novo presidente, seja uma previsão meteorológica...
Mas a maioria das informações velozes e parciais que os meios de comunicação fazem jorrar sobre nós, esse acúmulo absurdo de dados que armazenamos diariamente, tudo isso para pouco serve. Sabemos muitas coisas mas sabemos muito pouco.
Há excesso de informações e carência de formação. Excesso de dados e ausência de assimilação. Excesso de imagens e carência de conceitos.
A saída é querer construir uma personalidade reflexiva, que se sustente em hábitos intelectuais bem arraigados e construir uma hierarquia pessoal de valores, um sistema de convicções. Um bom hábito intelectual é estrangular lugares-comuns, do qual já tivemos uma demonstração parágrafos atrás. Outro hábito é captar a essência das palavras, compreender a