Oliver twist - completo
Texto-fonte: Oliver Twist, Charles Dickens, Tradução de Machado de Assis e Ricardo Lísias, 1ª. Ed., São Paulo Hedra, 2002. Publicado originalmente em Jornal da Tarde, Rio de Janeiro, de 23/04/1870 a 23/08/1870.
ÍNDICE CAPÍTULO PRIMEIRO CAPÍTULO II CAPÍTULO III CAPÍTULO IV CAPÍTULO V CAPÍTULO VI CAPÍTULO VII CAPÍTULO VIII CAPÍTULO IX CAPÍTULO X CAPÍTULO XI CAPÍTULO XII CAPÍTULO XIII CAPÍTULO XIV CAPÍTULO XV CAPÍTULO XVI CAPÍTULO XVII CAPÍTULO XVIII CAPÍTULO XIX CAPÍTULO XX CAPÍTULO XXI CAPÍTULO XXII CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV CAPÍTULO XXV CAPÍTULO XXVI CAPÍTULO XXVII CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO PRIMEIRO DO LUGAR EM QUE OLIVER TWIST NASCEU E DAS CIRCUNSTÂNCIAS QUE OCORRERAM NESSA OCASIÃO. Dentre os vários monumentos públicos que enobrecem uma cidade de Inglaterra, cujo nome tenho a prudência de não dizer, e à qual não quero dar um nome imaginário, um existe comum à maior parte das cidades grandes ou pequenas: é o asilo da mendicidade. Lá em certo dia, cuja data não é necessário indicar, tanto mais que nenhuma importância tem, nasceu o pequeno mortal que dá nome a este livro. Muito tempo depois de ter o cirurgião dos pobres da paróquia introduzido o pequeno Oliver neste vale de lágrimas, ainda se duvidava se a pobre criança viveria ou não; se sucumbisse, é mais que provável que estas memórias nunca aparecessem, ou então ocupariam poucas páginas, e deste modo teriam o inapreciável mérito de ser o modelo de biografia mais curioso e exato que nenhum país em nenhuma época jamais produziu. Ainda que eu não esteja disposto a sustentar que seja extraordinário favor da fortuna nascer a gente num asilo de mendigos, posso afirmar que, nas circunstâncias atuais, era o melhor que podia acontecer a Oliver Twist. A razão é esta. Houve imensa dificuldade em fazer com que Oliver desempenhasse as funções respiratórias, exercício fatigante, mas necessário à nossa existência. Durante algum tempo ficou o pecurrucho deitado no colchão de lã grosseira, fazendo