olga benario
Nascida em Munique, Olga Gutmann Benário era filha do advogado Leo Benário e da socialite Eugénie Gutmann Benário, em uma família judia alemã de classe média. Ingressou ainda jovem no movimento comunista, em 1923, com apenas quinze anos, juntando-se a organização juvenil do Partido Comunista Alemão (KPD), a Liga Juvenil Comunista da Alemanha (KJVD). Pouco depois, mudou-se para Berlim com o então namorado Otto Braun, militante comunista,1 devido a conflitos ideológicos com seu pai, que era membro ativo do Partido Social-Democrata.2
Olga (última fileira) com a Liga Juvenil, minutos antes de invadir a prisão de Moabit3
Após a queda da monarquia, instaurou-se um regime formalmente republicano na Alemanha, a chamada República de Weimar. O regime, no entanto, jamais foi aceito pela direita, que o considerava um produto da "traição" do Tratado de Versalhes, nem pela extrema-esquerda comunista, que, esmagada politicamente na repressão ao Levante Spartakista de 1919, quando foi assassinada Rosa Luxemburgo, desejava instaurar o comunismo na Alemanha e formar uma aliança política com a União Soviética. Esse conflito entre a direita e esquerda marcou esse período turbulento da história da Alemanha, com lutas armadas entre milícias paramilitares e homicídios políticos.
Neste clima político, em Berlim, Olga ascende dentro do movimento comunista depois dos conflitos de rua contra milícias de extrema-direita no bairro de Kreuzberg, próximo a Neukolln.4 Ela foi presa no mesmo dia que Braun, sendo acusados de alta traição à pátria.5 Ela logo é solta, mas Braun, não. Junto com seus colegas de militância, planeja então o assalto à prisão de Moabit que libertaria Braun. Logo depois, ambos fogem para a União Soviética, onde Olga, já como quadro valioso, recebe treinamento político-militar na Escola Lenin, trabalhando como instrutora da Seção Juvenil da Internacional Comunista. Separa-se de Braun em 1931.6 Recebe os codinomes