Ola sou eu mesmo
Escrito por Jorge Buarque de Holanda logo após a revolução de 1930, parte da obra Raízes do Brasil, O Homem Cordial retrata a sociedade brasileira através de um estudo histórico. O texto é iniciado com uma comparação antagônica entre Estado e Família, em que o autor deixa logo marcado a sua ideologia quanto à formação social, onde não se pode comparar os interesses do Estado com os interesses dos currículos familiares, uma vez em que a essência dessas duas instituições seriam absolutamente diferentes. Jorge Buarque continua expondo suas ideias, ele fez uma crítica ferrenha às ditas famílias patriarcais, que insistiam em educar seus filhos apenas para o círculo doméstico. Segundo ele, tais famílias tenderiam a desaparecer, ante a exigência da sociedade, pelas novas condições de vida. Naquela época o capitalismo já estava consolidado como modelo econômico social, e era considerando como o principal agente do esfriamento das relações humanas:“O novo regime tornava mais fácil, além disso, ao capitalista, explorar o trabalho de seus empregados, a troca de salários ínfimos” (BUARQUE, pág. 142). A crítica do autor à sociedade continua, mas com um novo enfoque, dessa vez,quase que num tom satírico, a educação familiar é chasqueada, há inclusive, uma referência à tendência pedagógica de tornar a criança independente, até mesmos dos cuidados dos pais. Isso tudo é claro em prol do estado, contrariando as intenções tradicionais da família. Contudo, não se pode dizer que as críticas realizadas à família patriarcal consistem numa crítica aos bons costumes em si, na verdade, o que o autor crítica é o modelode educação formal exigido pelos pais daquela época. Devemos lembrar quenaquela época uma minoria tinha acesso aos estudos, os quais eram quase sempre voltados a atender às necessidades dos pais e não a coletividade, ou seja, um jovem desde criança era educado a estudar para dar continuidade ao poderio e conforto de sua família, sem ao menos ter