Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar
PERRENOUD, Philippe. Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. Lisboa:Porto, 1995. (Cap. III – Escolarização e sentido dos saberes, pág. 75 a 86, e Cap. X – Sentido do trabalho e trabalho do sentido na escola, pág. 189 a 198).
DESTAQUES
A aprendizagem, em seus primeiros anos se fundamenta em relações afetivas, Perrenoud diz que até os dez anos de idade algumas crianças trabalham em função de agradar o professor, com o intuito de serem gratificadas com afeto e atenção. Mas ao evoluírem esta relação se transforma em uma ação de trabalho quotidiano, para grande parte dos alunos a relação pedagógica pode estabelecer uma simpatia ou um conflito, considerando a relação que este estabelece com o professor. Para o ser humano aprender consiste em apropriar-se dos saberes, seja por imitação ou interiorização dos modos de fazer ou de pensar. O aprendizado não é muitas vezes uma ação consciente e nem apresenta caráter deliberado, o que faz com que haja algumas distorções na forma em que o comportamento dos discentes se refere a ela.
Perrenoud apresenta uma visão utilitarista do saber, que faz com que haja uma competitividade nos estudos. Se o valor dos conteúdos das carreiras e dos diplomas é menos determinante que a posição que se pode ter na hierarquia dos cursos, hierarquia essa onde o melhor curso é aquele que apresenta um maior reconhecimento social, fazendo assim com que se estabeleça uma moeda de troca, decorre que se aprende cada vez menos para dominar um saber valorizado, fazendo cada vez mais para satisfazer as exigências de seleção. Isso faz com que os “alunos” competissem muito por algumas matérias e por vias deixassem outras de lado, causando assim um abatimento nos professores, ocasionando um contexto social que visa o melhor resultado, e não o real aprendizado. E isso fragiliza a relação professor/alunos e faz com que a haja desmotivação devido ao contexto vivenciado.
Esta visão utilitarista proposta por Perrenoud faz com que