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De acordo com Thurler, as reformas atuais confrontam os professores com dois desafios de envergadura: reinventar sua escola enquanto local de trabalho e reinventar a si próprios enquanto pessoas e membros de uma profissão. Assumir desafios intelectuais e emocionais muito diversos daqueles que caracterizavam o contexto escolar no qual aprenderam seu ofício.A introdução de novos objetivos de aprendizagem e de novas metodologias de ensino não lhes permitirá mais organizar seu ensino em torno de uma sucessão rígida de lições e fichas e trabalho, e sim os obrigará a inventar permanentemente arranjos didáticos e situações de aprendizagem que respondam melhor à heterogeneidade de necessidades de seus alunos. A implantação de ciclos de aprendizagem os incitará a inventar novos funcionamentos, mais flexíveis e maleáveis que a atribuição fixa de aulas a uma única pessoa; eles terão de dar cabo do "meu e minha classe" e da divisão tradicional do trabalho para poder utilizar melhor e pôr em sinergia as competências existentes. Porém, trata-se de uma verdadeira revolução para os professores, que até então preferiam cultivar o individualismo e que apenas raramente conseguiam cooperar de maneira eficaz.
Os professores são atores plenos de um sistema que eles devem contribuir para transformar, no qual devem engajar-se ativamente, mobilizando o máximo de competências e fazendo o que for preciso para que possam ser construídas novas competências a curto ou médio prazo.
Apesar da evolução das denominações e dos princípios de gestão dos sistemas escolares, em torno dos quais se movimentam os diversos atores do sistema para orientar, modificar, manter, defender conquistas ou controlar áreas de influência e de decisão, permanecem os mesmos obstáculos: como captar e gerir em sua complexidade e no detalhe, os processos de transformação dos sistemas educacionais, a começar pelas representações e práticas dos diversos atores. As sucessivas reformas devem apenas legitimar e apoiar,