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Ideologias e Ciência Social: Elementos para uma análise marxista
São Paulo, 1991, 7ª ed., 112 p.
O livro visa apresentar alguns conceitos de ideologia, de uma forma cronológica, abordados por uma análise dialética, passando de pensamentos utópicos à prática política e social. O autor, Michael Löwy, busca qual a relação entre ideologia e conhecimento, ou ideologia e ciências sociais, discutindo positivismo, historicismo e marxismo.
Capítulo 1: Ideologia Inventado por Destutt, o conceito de ideologia passa por vários formatos. Para ele, ideologia é o estudo científico da interação entre o organismo vivo e a natureza (p. 11). Para Napoleão, é a abstração da realidade (p. 11). Marx amplia este falando das formas ideológicas através das quais os indivíduos tomam consciência da vida real (p.12). Com Lenin, ideologia passa a designar simplesmente qualquer doutrina sobre a realidade social que tenha vínculo com uma posição de classe (p. 12). Tentando por ordem nessa confusão Karl Mannheim, em seu livro Ideologia e Utopia procura distinguir os conceitos de ideologia e de utopia. Ideologia seria o conjunto de concepções, idéias, representações, teorias, que se orientam para a estabilização, ou legitimação, ou reprodução da ordem estabelecida. Utopia, ao contrário, são aquelas idéias, representações e teorias que aspiram uma outra realidade, uma realidade ainda não existente (p. 13). Diferente de Mannheim, Löwy utiliza o termo “visão social do mundo” para se referir tanto às ideologias quanto às utopias, definindo o que há de comum a esses dois fenômenos (p. 13). Esta seria de dois tipos: visões ideológicas e visões sociais utópicas (p. 14). A dialética de Hegel era uma tentativa de legitimação da realidade e de reconciliação com a mesma, mas para Marx era radicalmente diferente. Ele disse que o problema não está em interpretar a realidade, mas em transformá-la (p. 18). Nessa diferença que se encontram os déspotas