Ode Mar Tima
Álvaro de
Campos
ÁLVARO DE CAMPOS
Educação vulgar de liceu;
Estudou Engenharia Mecânica e depois Engenharia
Naval em Glasgow;
Realizou uma viagem ao Oriente;
Trabalhou em Londres, Barrow e Newcastle;
Desempregado, regressou a Lisboa em 1926;
Três fases literárias:
Decadentismo
Futurismo/Sensacionismo
Pessimismo
“ODE MARÍTIMA” E O
FUTURISMO/SENSACIONISMO
Publicada em 1915 na 2.ª edição da revista Orpheu;
Pertence à segunda fase literária de Álvaro de
Campos (Futurismo/Sensacionismo);
Futurismo/Sensacionismo:
Celebração do triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna;
Exaltação do progresso técnico;
Vivência em excesso das sensações que chega a consubstanciar-se em sadismo e masoquismo.
“ODE MARÍTIMA”: ESTRUTURA
EXTERNA
Poema constituído por 904 versos brancos ou soltos
(sem rima), agrupados em estrofes livres de métrica irregular, que conferem ao poema um ritmo coloquial;
“ODE MARÍTIMA”: ESTRUTURA
INTERNA
Pode ser dividido em 4 partes (p ro po st a d e di visã o ) :
1.ª Parte:
A visão do paquete suscita no sujeito poético a refl exão metafísica
“E dentro de mim um volante começa a girar , lentamente. Os paquetes que entram de manhã na barra
Trazem aos meus olhos consigo
Um mistério alegre e triste de quem chega e parte.
Trazem memórias de cais afastados e doutros momentos
Doutro modo e da mesma humanidade noutros pontos
Todo o atracar, todo o largar de navio,
É – sinto-o em mim como o meu sangue –
Inconscientemente simbólico, terrivelmente
Ameaçador de signifi cações metafísicas
Que perturbam em mim quem fui.”
“ODE MARÍTIMA”: ESTRUTURA
INTERNA
Introdução do tema “saudade” como consequência da “Distância”:
Eu (presente) – Eu (passado – “quem eu fui”)
Cais (“saudade de pedra”) – Paquete (“muito longe”)
Eu (civilizado) – Eu (primordial)
Desmaterialização dos objectos até à sua idealização absoluta:
“Cais Absoluto”.
Vida como analogia de algo “Absoluto” e primordial na