Observação
Muitas vezes não se sabe falar do homem singularmente, indaga-se qual o conceito utilizar para descrever o processo de constituição daquilo que o faz este sujeito e não outro. De qualquer maneira e independente do conceito que se possa utilizar, compreendemos que toda e qualquer concepção de sujeito traz implícita ou explicitamente uma ontologia que a sustenta. Ou seja, toda teoria traz uma concepção do ser em geral (homem e coisas), que serve de horizonte para fundamentação e desenvolvimento de uma concepção do que seja o ser humano (MAHEIRIE, 2002).
Como exemplo, para Sartre, o homem é um ser que se constitui ao mesmo tempo como corpo e consciência, em que esta só pode ser entendida como sendo relação a alguma coisa. Por isso sua teoria indica que toda consciência é consciência de alguma coisa, sendo desprovida de todo e qualquer conteúdo.
Ela é somente “relação”, não tendo interior nem conteúdo, revelando-se, então, como a dimensão subjetiva do sujeito entendido como a negação do absoluto de objetividade. Nesta perspectiva, o conceito de consciência em Sartre contempla todo e qualquer fenômeno da psique humana, desde o mais breve impulso perceptivo de um recém-nascido, até a mais elaborada das reflexões de um sujeito adulto (MAHEIRIE, 2002).