Obra

Shirin Neshat, “Sem Título (Zarin Series)”, 2005. C-print, 149.9 x 188 cm. Galeria Filomena Soares, Lisboa. Em exposição no CCB.

Esta colecção de Berardo consiste numa selecção de obras feitas por mulheres artistas, reunidas no Centro Cultural de Belém intitulada “She is a Femme Fatale” – também uma citação de uma canção dos Velvet Underground dedicada a Edie Sedgwick, a menina rica da “entourage” que encantou Andy Warhol acabando por ser protagonista de alguns dos seus filmes. As obras da exposição, são na sua maior parte fotografias, filmes e instalações que relatam temas como a identidade, o género e a sexualidade. Assim, foi proposto no âmbito de uma disciplina a escolha de uma obra que levaríamos para casa. Esta escolha não foi fácil, uma vez que não me identifiquei logo com esta exposição. Todavia, no decorrer da visita fui encontrando obras que me diziam algo e me ajudaram a reflectir sobre temas da actualidade.

Deste modo, acabei por escolher a obra de Shirin Neshat de 2005. Os factores que influenciaram a minha escolha são: o tamanho da fotografia; o contraste entre a escuridão/luminosidade presentes no quarto; a combinação dos padrões de papéis de parede, frisos e do chão; os “posters” da parede que invocam ídolos americanos que perduram até aos dias de hoje; o tapete e o cortinado que se destacam devido às suas cores; e a figura feminina enigmática que está deitada na cama e iluminada pela luz do dia, dando a parecer ao público que é anoréctica e que está a passar por momentos de aflição e sofrimento. Esta artista Iraniana elaborou a obra com realismo, cujo cenário poderia remeter para uma história com algum drama, melancolia e “suspense”. Esta é uma imagem que fala por si mesma, onde a ausência de título não afecta a percepção da linguagem visual.

JIGM