Não sei
Jogo De Truco: O Blefe Na Existência Cotidiana
O tema jogo tem sido discutido em diversas áreas do conhecimento no Brasil, se estendendo da teoria dos jogos na economia, até os jogos de poder de Foucault. Na área da sociologia, verifica-se, pois, abordagens microssociológicas a partir da teoria dos jogos; e perspectivas macrossociológicas embasadas no filósofo francês Michel Foucault. O tema jogos também tem sido de interesse da área da saúde, especialmente da psicodinâmica, em que prepondera o estudo do jogo patológico. O jogo, portanto, seria um processo de autodomínio que resultaria no cumprimento de regras e padrões expressos pela sociedade. Obedecer regras de jogos, que começa desde os jogos de crianças, significaria o autodomínio (adulto) em relação à obediência aos mais variados tipos de regras sociais. A educação permitiria ao eu harmonizar os impulsos sensíveis com os impulsos inteligíveis ao facilitar a conciliação de sentimentos viscerais com prerrogativas, normas e razões sociais. Além disso, o caráter de regra, logo de repetição, mediaria relações intersubjetivas e garantiria identidade mínima.
Isso não se trata de uma visão mecânica a respeito da relação entre o indivíduo e o ambiente, que revelaria o determinismo do mundo exterior, mas segue no sentido de que o Homem seria criador do seu ambiente, podendo ser senhor do seu livre-arbítrio; o que não implica, contudo, que o ser não sofra influência do ambiente e que, em alguns casos, até seja determinado por ele. Desse modo, aproximamo-nos, pois, da concepção nominalista, em que a realidade social seria fruto da produção humana e impossível de se acessar de forma total e direta. O imaginário atua, pois, sobre a psiquê, mediante a construção de sentidos — e projetando uma imagem inapreensível do que somos. O imaginário reproduz, além dos condicionantes psíquicos e sociais, o elemento criativo; ele preenche o vazio existencial; possibilita a imaginação e, por conseguinte, a