Não me estraguem o facebook
O Facebook anda deprimente.
Não o Facebook em si, mas sim os meus amigos que ultimamente só se lembram de "postar" desabafos e noticias de jornal sobre a crise.
Eu sei que os tempos estão difíceis. Acreditem, eu sei! E todos sabemos que antes de melhorar vai piorar.
Mas não adianta nada fazer tantos desabafos "virtuais".
É óbvio que fico furioso por ficar sem o subsidio de férias e de natal este ano e receber só um no próximo ano e ainda por cima em duodécimos. E sabe-se lá o que vai acontecer a seguir?
É claro que não acho piada a fazer parte de uma lista virtual de 300 funcionários que podem vir a ser dispensados (despedidos, mesmo)
Mas não me esqueço das coisas boas da vida em que a crise nem sequer pode fazer mossa:
Como o milagre de ainda ter o meu pai comigo.
Como o sorriso da minha sobrinha. Poder sentar-me no sofá com ela a ver o canal Panda em vez das noticias.
Ou como me “parto a rir” com as maluqueiras do meu gato.
Como umas belas gargalhadas partilhadas entre amigos.
Ou um olhar e um sorriso trocados com uma estranha num corredor de supermercado.
Como encontrar um amigo que não via há anos e ouvir que já está casado e pai de filhos e após uma breve conversa descobrir que no fundo ele continua a ser o mesmo miúdo tímido, de óculos esquisitos e borbulhas na cara, que era há 20 anos atrás.
E é para isso mesmo que eu uso o Facebook. Para fugir um pouco da realidade. Quer dizer, da parte negativa da realidade.
Se eu quisesse ver e ouvir más noticias, ligava a televisão. Não o Facebook.
E a Standard and Poor, ou a Fitch ou a Moody's nada podem fazer para baixar o “rating” da felicidade que esses pequenos grandes pormenores trazem à minha vida.
Por isso, venham daí os convites para o Farmville e jogos em geral. Venham daí as fotos deprimentes das vossas férias. Venham daí o Gangnam Style, o Hélio e o Guedes. Arrisco mesmo dizer: Venham daí as vossas opiniões sobre a Casa dos Segredos.
Mas parem de usar