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Na etapa anterior, as questões sobre o ser humano como um ser no mundo orientaram este objeto com foco em problemas relativos à existência humana. Nesta etapa, há uma mudança no enfoque dos questionamentos, deslocando-os para problemas relativos ao conhecimento, de modo que o ser humano possa ser pensado e problematizado como um alguém que deseja saber e que, para isso, pergunta e exige definições a respeito do que constitui o próprio conhecimento e seus limites.
Questões sobre o próprio pensamento, o seu alcance e o que ele exige estão consubstanciadas na figura do pensador; a representação de seu gesto e seu próprio corpo estão presentes na obra de Auguste Rodin (1840-1917), O pensador (1902).
O pensamento filosófico, em especial o moderno, estabeleceu postulados e sistematizou um conjunto de procedimentos visando à constituição de um modo seguro e confiável de conhecer, possibilitando com isso o desenvolvimento de todas as ciências particulares que existem desde então. A obra de René Descartes (1596-
1650), Discurso do método, apresenta, em 1637, uma fundamentação para o método científico.
O autor escreveu em língua francesa, numa época em que a língua das ciências era o Latim, a fim de tornar essa obra acessível a muitos leitores. O método seria indispensável para o sujeito deixar os caminhos do erro e da dúvida e descobrir com clareza e distinção a certeza da verdade intelectual.
A partir da dúvida metódica, Descartes mostra que o sujeito do cognoscente é livre para analisar suas ideias, e pode, por meio de um conjunto de regras, livrar-se de tudo quanto seja duvidoso perante o pensamento, atingindo a certeza do conhecimento intelectual. Essa obra tem como subtítulo o próprio horizonte de sua proposta: “para bem conduzir a própria razão e procurar a verdade nas ciências”.
A obra de Descartes foi fundamental para o debate acerca da natureza do conhecimento e da