NÃO APRISIONE O AMOR
“Era uma vez uma menina que amava um pássaro encantado que sempre a visitava e lhe contava estórias, o que a fazia imensamente feliz. Mas chegava um momento que o pássaro dizia: “Tenho que ir”. A menina chorava porque amava o pássaro e não queria que ele partisse. “Menina”, disse-lhe o pássaro, “aprenda o que vou lhe ensinar: eu só sou encantado por causa da ausência. É na ausência que a saudade vive. E a saudade é um perfume que torna encantados todos os que os sentem. Quem tem saudades está amando. “Tenho que partir para que a saudade exista e para que continue a amá-la e você continue a me amar...” E partia. A menina, sofrendo a dor da saudade maquinou um plano: quando o pássaro voltou e lhe contou estórias e foi dormir, ela o prendeu em uma gaiola de prata, dizendo: “Agora ele será meu para sempre.” Mas não foi isso que aconteceu. O pássaro, sem poder voar, perdeu as cores, perdeu o brilho, perdeu a alegria, não tinha mais estórias para contar. E o amor acabou. Levou um tempo para que a menina percebesse que ela não amava aquele pássaro engaiolado. “O pássaro que ela amava era o pássaro que voava livre e voltava quando queria e ela soltou o pássaro que voou para longe.”
Rubem Alves in A menina e o pássaro encantado
Tarefa solicitada
1. Leitura silenciosa do texto.
2. Produção de poemas a partir das ideias trabalhadas no texto.
3. Pequena dramatização em grupos do texto lido.
4. Leitura expressiva dos poemas construídos.
5. Socialização das tarefas realizadas.
7. Visitação de templos religiosos.
8. Análise dos valores presentes tanto no texto analisado, quanto nas produções dos alunos.
9. Montagem de um questionário, por parte dos alunos, a fim de entrevistarem os religiosos ou pessoas do templo visitado.