Educação Profissional: Análise Contextualizada
Novos Caminhos na Educação Profissional Brasileira? Elenice Gomes de Oliveira.
Introdução
A institucionalização do preparo profissional no âmbito escolar decorre das necessidades do sistema social capitalista de veicular o conhecimento utilizado na produção industrial e controlar e regulamentar a força de trabalho. A escola transmite os conhecimentos minimamente necessários à produção, e, ao mesmo tempo, desempenha um mister ideológico reprodutivo.
Desta maneira, a escola contribui para manter a aparência enganosa de que a hierarquização no trabalho está relacionada ao volume de estudos. A educação formal passa a ser cada vez mais solicitada pelo trabalhador como mecanismo de mobilidade social e de acesso ao emprego, isto produz uma contradição: a exigência crescente de escolaridade para justificar as diferentes posições sociais leva à pressão dos trabalhadores pelo acesso a níveis também elevados de educação. A formação escolar é perigosa porque pode despertar desejos e expectativas que não interessam à minoria dominante. Isto significa o cuidado em evitar o prolongamento da formação. Esse duplo cuidado norteou a reforma da educação profissional no Brasil em 1997. O ensino profissionalizante destituído da fundamentação do saber-fazer reforça a sua subordinação à divisão do trabalho.
As Especificidades da Reforma da Educação Profissional de 2007
Antes de caracterizar essa Reforma, é importante situar sua turbulenta trajetória, antes mesmo da aprovação do Decreto 2.208/1997. No Estado do Paraná, a partir de 1996, não houve matrículas para o ensino médio profissionalizante nas escolas estaduais, mas somente para o ensino médio desvinculado da formação profissional. Ao mesmo tempo encontrava-se em discussão o Projeto de Lei n° 1.603/1996, cuja proposta traria mudanças na concepção, gestão e financiamento da educação profissional. Este Projeto revelou-se extremamente