Nutriçao e feridas
1.1 Dislipidemias e risco cardiovascular
As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa de morbi-mortalidade entre os adultos ocidentais. Os fatores de risco para o seu desenvolvimento são hipertensão arterial, tabagismo, dislipidemia e diabetes tipo 2. Fatores como obesidade, hipertrofia ventricular esquerda, história familiar de doença coronária prematura e terapia de reposição estrogênica também tem sido considerados (KIVIMÄKI et al, 2011). A dislipidemia é caracterizada por níveis séricos elevados da lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), e triglicérides (TG) e diminuição da lipoproteína de alta densidade (HDL-c) (KABAKCI et al, 2008). É bem sabido que níveis elevados de LDL-c são importantes fatores de risco para doença arterial coronariana (DAC) (BALLANTYNE, 1998), e o National Cholesterol Education Program (NCEP) tem como principal alvo para redução de risco de doenças cardiovasculares, a queda nos níveis séricos do LDL-c.
Entretanto, muitos estudos têm mostrado uma associação positiva entre TG sérico e risco de DAC (KABAKCI et al, 2008; AUSTIN, 1991; HOKANSON et al, 1996) . O Framingham Heart Study concluiu que níveis reduzidos de HDL-c constituem fatores de risco independente para DAC (AI, 2010). A hipertrigliceridemia está frequentemente associada a outros fatores aterogênicos, tais como obesidade centrípeta, baixas níveis de HDL-c, partículas de LDL-c densas e pequenas, elevação da pressão arterial elevada e da resistência à insulina. Este transtorno complexo, representado por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares, é conhecido como síndrome metabólica (ECKEL et al, 2005; SHEPHERD et al, 2005).
1.2 Terapias não-farmacológicas
O controle de doenças cardiovasculares, em pacientes dislipidêmicos, envolve modificações no estilo de vida (MEV), com terapia nutricional, atividade física, controle do peso, cessação do tabagismo, consumo moderado de álcool (FORDOR et al, 2000), e/ou terapia farmacológica