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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A presidente Dilma ou a presidenta Dilma?
Laércio Lutibergue
Essa é a pergunta que mais temos recebido nos últimos dias por e-mail, pelas redes sociais(Twitter e Facebook) e mesmo pessoalmente. Há uma explicação para isso(I) : a eleição daprimeira mulher à Presidência da República, Dilma Rousseff.Já falamos deste assunto aqui(II) , mas diante do acontecimento do domingo 31 de outubro eda avalanche de perguntas somos obrigados a retomá-lo. Gramaticalmente as duas formasestão corretas. Ou seja, pode ser “a presidente Dilma” e “a presidenta Dilma”. Neste momento,com base nas ocorrências na imprensa, inclusive no Jornal do Commercio, sem dúvida “apresidente” é a mais comum.E, se olharmos para o passado da língua, é a mais lógica. Palavras que vieram do particípiopresente do latim, normalmente terminadas em -ante, -ente e -inte, são invariáveis. O queidentifica o gênero delas é o artigo ou outro determinante: o/a amante, o/a gerente, meu/minhapresidente. A língua, contudo, nem sempre é lógica. Muitas vezes ela foge do controle e revela uma faceinventiva indiferente às regras. Isso ocorreu, por exemplo, com “comediante”, que ganhou ofeminino “comedianta”; com “infante”, que ganhou “infanta”; com “parente”, que ganhou“parenta”; e com “presidente”, que ganhou “presidenta”. Certamente o extralinguístico atuou naformação desses femininos. A versão feminina de um nome de cargo destaca com mais força apresença da mulher na sociedade.Os mais velhos devem se lembrar do que ocorreu com a indiana Indira Gandhi. Começaramchamando-a de “o primeiro-ministro Indira Gandhi”; depois, passaram para “a primeiro-ministro”; e terminaram em “a primeira-ministra”. E hoje alguém tem dúvida de que uma mulher é “primeira-ministra”? A favor de “presidenta” existe também o aspecto legal. A Lei Federal nº 2.749/56 diz que oemprego oficial de nome designativo de cargo público deve, quanto ao gênero, se ajustar aosexo