Novos Principios do Urbanismo
ASCHER, François, Les nouveaux principes de l’urbanisme. La fin des villes n’est pas à l’ordre du jour, Éditions de l’Aube, 2001.
Apresentação da obra e tradução do último capítulo para distribuição aos alunos, por Isabel Raposo
Numa escrita envolvente e dinâmica, e numa abordagem interdisciplinar, Ascher propõe neste seu livro 10 princípios para um novo urbanismo mais adaptado à actual fase de modernização da sociedade contemporânea ocidental. O autor assenta o seu ensaio na constatação de que o crescimento da cidade está ligado ao desenvolvimento de técnicas de transporte e de armazenamento de pessoas, bens e informações, e que se articula com três componentes da modernização: a individualização, a racionalização e a diferenciação social.
Num primeiro capítulo, o autor caracteriza as duas primeiras fases de modernização, enfatizando a relação estreita entre cidade e sociedade e entre estas e as formas de conceber, produzir, utilizar e gerir os territórios. Na primeira fase de modernização, da Idade
Média à Revolução Industrial, a primeira revolução urbana emerge com a emancipação do político, a emergência do Estado-Nação, o desenvolvimento das ciências, a expansão do capitalismo, na passagem da cidade medieval à cidade clássica do renascimento e dos
Tempos Modernos, uma cidade concebida racionalmente para indivíduos diferenciados, marcada pela afirmação monumental do poder do Estado e pela afirmação da arquitectura como disciplina moderna. Com a Revolução Industrial passa-se à segunda fase de modernização e à segunda revolução urbana em que o urbanismo se constitui como disciplina moderna, retomando os princípios da indústria: a especialização, a mobilidade e o desenvolvimento tecnológico para transportar e armazenar pessoas, bens e informações. A diferenciação social marca o espaço urbano, o automóvel individual, o electrodoméstico e os