Novas formas de gestão de saúde
Resumo: Este artigo discute a descentralização e a intersetorialidade como pressupostos de gestão municipal para melhorar a qualidade de vida dos munícipes. A descentralização transfere o poder de decisão para os níveis periféricos da cidade, mas não garante com as políticas setoriais a resolução dos problemas sociais. A intersetorialidade constitui uma possibilidade de encaminhar a resolução dos problemas da população, situada em determinado território, de maneira integrada. A partir desses pressupostos a Prefeitura de Fortaleza foi remodelada, configurando, a partir de 1997, uma nova estrutura de gestão municipal para melhorar a qualidade de vida da população fortalezense. Palavras-chave: cidades saudáveis; descentralização, intersetorialidade, gestão municipal
Sociólogo, Doutor em Administração da Saúde, Coordenador de Projetos da FUNDAP-SP, Professor Assistente Doutor da Faculdade de Economia e Administração da PUC-SP
INTRODUÇÃO As organizações públicas de saúde até a década de 70 caracterizaram-se por ser centralizadas e verticalizadas. Em período mais recente esse perfil se alterou em função do movimento ocorrido nos setores sociais para tomar a gestão de suas organizações mais eficazes. É no bojo desse movimento e da crise das ditaduras militares latino-americanas que se deve situaras novas formas de gestão das organizações de saúde, que têm na descentralização e na participação seus pressupostos. A descentralização, incorporada no Sistema Único de Saúde - SUS, permitiu que se alterasse a gestão do setor, tornando-a mais democrática e participativa. Com a descentralização o poder de decidir sobre a gestão das organizações de saúde é levada para junto dos usuários. Esse novo perfil organizacional transformou o formato institucional do setor, de direito, mas não defato,uma vez que essa mudança depende da alteração de praticas e valores arraigados na