Novas estruturas da família
Síntese e tradução elaborado por Elena Colonna
Texto original: Anna Laura Zanatta (2008), Le nuove famiglie. Bologna: Il Mulino.
NOVAS ESTRUTURAS FAMILIARES
“Não existe uma forma de ser e de viver que seja melhor para todos (...). A família de hoje não é nem mais nem menos perfeita daquela do passado: é diferente, porque as circunstâncias são diferentes” (Émile Durkheim, 1888)
A família, como qualquer outro fenómeno humano, não é um produto da natureza mas da sociedade e, como tal, está sujeita à mudança. De acordo com os sociólogos franceses François de Sigly e Irène
Thery, as recentes transformações da família ocidental podem ser assim sintetizadas:
a) do século XIX até os anos Sessenta do século XX, realiza-se uma coincidência entre a expressão do sentimento de amor e a instituição matrimonial; o casamento, por outras palavras, é considerado o desenvolvimento natural de uma relação de amor. É o triunfo do amor romântico. O número de casamentos celebrados (nupcialidade) e o número de filhos por mulher (fecundidade) são elevados, a frequência dos divórcios é baixa e são escassas as formas alternativas à vida de casal. É a família “moderna”, baseada no amor e no casamento, na atenção afectiva e educativa em relação às crianças, mas também numa rígida divisão social dos papeis entre os cônjuges e na inferioridade social e jurídica da mulher e dos filhos. Esta família, típica da classe média urbana mas difundida entre todos os grupos sociais, foi indicada pelo sociólogo americano Talcott Parsons nos anos ’50 como o modelo mais funcional para a sociedade industrial avançada e imaginada como imutável. Parsons dava conta que este modelo de família sacrificava muito as capacidades das mulheres, mas considerava que este sacrifício fosse necessário para o bem da família e da sociedade.
b) Nos meados dos anos Sessenta do século XX nasce a família “contemporânea” (ou “pósmoderna”). Para melhor compreender as suas