Novas configurações familiares
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DE TERAPIA FAMILIAR E AS TÉCNICAS DE ABORDAGEM
2013
AS NOVAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES E A NECESSIDADE DE NOVAS PRÁTICAS TERAPÊUTICAS
O conceito de família encontra-se embasado em um paradoxo. O grupo família é algo muito velho e, ao mesmo tempo muito novo.
É um conceito velho no sentido de que o homem em seus primeiros anos de vida necessitava de cuidados alheios para sua sobrevivência. A família nuclear era voltada para o provimento da família onde os papéis eram definidos e delimitados, havendo assim um padrão de funcionamento e de organização a ser seguido. Qualquer desvio desse padrão sujeitava o individuo a exclusão.
O conceito de família é novo na medida em que a família e suas relações se transformaram e se remodelaram de acordo com as mudanças da sociedade na qual esta inserida. A modernidade produz configurações familiares inéditas que escapam do modelo da família patriarcal. Tornam-se multifacetadas e provisórias. Trata-se de um processo dinâmico em que as configurações são desfeitas e recompostas com a mesma complexidade. O que ocorre não é a falência da instituição família, mas sim sua constante reinvenção.
Tendo como referência transformações econômicas, politicas, a globalização, avanços tecnológicos e transformações sociais/culturais ocorridas nos últimos anos pode-se afirmar que não há mais um modelo de família considerada padrão. As relações se transformam de acordo com os contextos sociais, surgindo novas maneiras de se relacionar. Os modelos passados e atuais adaptaram-se ao contexto de cada época. A falta de modelos de referência para a compreensão das mudanças necessárias que ocorrem através do tempo é um dos problemas que torna mais difícil o entendimento do processo evolutivo da família.
Várias são as mudanças que podem ser apontadas como exemplos na alteração das configurações familiares. Como