O procedimento consiste em transplante de núcleo entre dois óvulos. Uma mulher com DNA mitocondrial defeituoso, que pode passar ao filho diferentes doenças congênitas, tem o núcleo de seu óvulo removido. Este núcleo, carregando informações genéticas como altura, cor dos olhos e cor da pele, é então implantado no óvulo de uma doadora, com DNA mitocondrial saudável. Este óvulo, com informações de ambas as mulheres, é, em seguida, fecundado pelo esperma do pai. O embrião gerado tem 0,1% de DNA da doadora. Doenças mitocondriais tendem a surgir na infância e evoluir ao longo da vida. Elas costumam ser fatais antes mesmo da idade adulta. As partes do corpo mais afetadas são aquelas que necessitam de mais energia, como cérebro, coração, músculos e fígado. É o caso de problemas raros como as síndrome de Leigh e de Barth. Porém, mitocôndrias defeituosas também têm sido associadas a problemas médicos mais comuns, como Parkinson, surdez, epilepsia e DIABETES.Cerca de uma em cada 200 crianças são afetadas por doenças mitocondriais. Muitas delas podem ter apenas sintomas leves. Mas cerca de uma em cada 6.500 têm doenças graves que podem encurtar suas vidas. Não há cura para esses males. Uma das formas de transferência mitocondrial, a chamada transferência pronuclear, destrói um óvulo fecundado da mãe durante o processo. Católicos também se queixaram de que a transferência mitocondrial introduz uma "ruptura" entre mãe e pai e "dilui paternidade".As mulheres que doam suas mitocôndrias anonimamente não têm direitos sobre as crianças. Em um nível genético, 20 mil genes vêm da mãe e do pai da criança. A doadora contribui com o que equivaleria a menos de 0,2% do