Nova Era
Desde muito cedo os seres humanos percebem regularidades na natureza e entendem que não são a causa delas. Neste particular, percebem ainda que existe na natureza coisas úteis e nocivas, boas e ameaçadoras e reconhecem que também não são os criadores delas. Tal percepção denomina-se consciência que é responsável também pela descoberta da morte.
De outro modo, a percepção do tempo, o trabalho e a memória fazem com que os homens sejam capazes de estabelecer relações com o ausente: o passado lembrado, o futuro esperado. A crença em divindades e numa outra vida após a morte define o cerne da religiosidade e se exprime na experiência do sagrado.
Aqui, compreende-se como sendo o sagrado a experiência da presença de uma potência ou de uma força sobrenatural que habita algum ser, por exemplo: uma planta, animal, homem, coisas, tornados, furacões, ciclones, águas, fogo, etc. Essa potência pode ser um poder imanente a um determinado ser, porém pode ser algo que ele pode possuir e perder, ou não ter e adquirir. O sagrado é a experiência simbólica da diferença entre os seres, da superioridade de alguns sobre os demais – superioridade e poder sentidos como espantosos, misteriosos, almejados e temidos.
Assim sendo, o sagrado pode suscitar devoção e amor, contudo, diametralmente também repulsa e ódio, donde suscita outro sentimento – o respeito feito de temor. Destarte, nascem, pois, o sentimento religioso e a experiência da religião.
O termo religião é um vernáculo que advém do latim religio, composto pelo prefixo re, (“outra vez, de novo”) e o verbo ligare