Notas de himédia
Pode situar-se o nascimento do monumento histórico em Roma por volta do ano de 1420. Um novo clima intelectual desenvolve-se em torno das antigas ruínas.
Vestígios antigos e humanitas medieval
Dois tipos de factores contribuíram para as inúmeras destruições. De um lado, o proselitismo cristão e de outro lado, a indiferença relativa aos monumentos. No século VI, a atitude do papa Gregório I é exemplar. Em Roma, toma a seu cargo a manutenção do parque imobiliário e pratica uma política de reutilização que o seu sucessor Honório seguirá. No entanto, o interesse utilitário não era o único em jogo na preservação dos vestígios antigos. Outros motivos envolviam o saber literário e a sensibilidade, sob o impulso dos grandes abades humanistas. Todavia, este humanismo da Idade Média difere do humanismo do Quattrocento pela falta de distanciamento histórico dos monumentos. Móveis ou imóveis, as criações da Antiguidade não representam o papel de monumentos históricos, pois a sua preservação é com efeito uma reutilização.
Além da reciclagem, assiste-se também ao desmantelamento. Desde o século VI, Roma é a mina mais importante de materiais prestigiosos para os novos santuários.
A fase antiquisante do Quattrocento
Choay designa por “antiquisante” a primeira fase deste desenvolvimento, dado que o interesse pelos vestígios do passado enquanto tais se concentra então apenas nos edifícios e obras de arte da Antiguidade, com exclusão de qualquer outra época. Estão identificadas duas atitudes no século XIV, a dos humanistas e a dos artistas. De um lado, uma aproximação literária, o chamado “efeito Petrarca”. Do outro lado, uma aproximação sensível pelos “homens de arte”, os artífices, que, ao contrário dos humanistas, estão mais interessados nas formas. É o chamado “efeito Brunelleschi”.
Segundo a periodização tripartida de Petrarca (bela antiguidade, idade obscura e renascimento moderno), o monumento histórico não pode ser senão antigo,