Notando os absurdos
Antes de qualquer coisa fui pesquisar sobre como funcionava o sistema carcerário do país, bem como comparei com o de países que hoje estão fechando suas prisões pela baixa população carcerária (Suíça, Noruega, etc.) Em meio a leitura de textos jornalísticos e entrevistas me deparei com um conjunto de dados que acabou por me surpreender bastante: Apenas no estado de São Paulo, de cada 10 assaltantes 7 voltam a roubar (70% de Reincidência) e dentre esses cerca de 41% são menores de idade, em proporções nacionais o número só aumenta. Apenas com essa estatística pude confirmar o que era mais do que esperado, a ineficiência do sistema punitivo do país, e então passei a procurar saber que problemas levavam a estatísticas tão penosas.
Em sua maioria as penitenciárias do Brasil são marcadas pela superlotação em que celas chegam a abrigar cerca de 6 vezes sua capacidade, fato este que facilita por si só o contato de por exemplo, um cidadão que cometeu furto com outro que foi preso por homicídio ou tráfico de drogas, de forma que o crime organizado tem imensa facilidade de "recrutar" novos integrantes a todo momento. Sem qualquer visão de futuro ou qualquer tipo de re-inclusão na sociedade o detento vê vantagens em participar do crime organizado de forma que obterá benefícios como proteção de sua família (fora da prisão), além de uma "carreira" que lhe proporciona um ganho maior do que qualquer emprego que este pudesse conseguir dentro dos meios legais.
A presença de uma intensa rede de privilégios e corrupção nas prisões é outra parte da rotina penitenciária, em uma operação policial em uma prisão em recife com pouco mais