Nosela
Nosella discute neste texto o papel da especificidade do trabalho pedagógico do professor no atual contexto histórico. Ele evidência a necessidade do educador buscar dados no passado para sua luta atual. Em 1983, E em meio a um contexto político, em que o governo militar passava o poder aos civis, a nova democracia exigia uma participação política vinculada a prática cientifico-pedagógica. Concomitantemente acontecia entre os educadores o debate sobre o compromisso político e a competência técnica. Contestavam contra a dicotomia entre o educador político e o educador técnico. De um lado os defensores da neutralidade técnica do fazer pedagógico, do outro os defensores de um compromisso político inerente a qualquer atividade pedagógica. O debate deixou um saldo positivo para o país, principalmente para a educação. Muitos educadores fundamentados na teoria de Gramsci abandonaram o velho marxismo ortodoxo stalinista e criticavam o tradicional didatismo técnico, privilegiando a visão teórica de Gramsci e Paulo freire, que explicava o fenômeno escolar, pela sua relação com a sociedade. Nesta transição do autoritarismo militar para a democracia, o termo educador se sobrepôs ao de professor, isto porque “educador” explicitava a necessidade do engajamento ético-político dos professores. Nos anos de 1980, esse pensamento pedagógico incentivou os professores a assumirem a luta e a defesa da formação escolar das classes trabalhadoras fortalecendo o movimento político nacional que acarretou nas vitórias do partido dos trabalhadores. E na atual conjuntura como o atual educador poderá exercer seu engajamento político e sua competência técnica? Por onde continuar o caminho? Para Nosella torna-se necessário desenvolver o que ele denominou de pedagogia da dúvida. Precisamos recuperar a pedagogia da dúvida, os questionamentos e os debates