Resumo OLIVEIRA, Ivanilde A. de. Filosofia da educação: reflexões e debates, Petrópolis; RJ: Vozes, 2006, p.129- 148.
Etimologicamente ideologia vem do grego eidos (ideia) e logos (discurso, conhecimento, ciência, etc.), significado “ciência ou conhecimento das ideias”. Destutt de Tracy em 1801 conceituou ideologia como “ciência das ideias” que se constituía no verdadeiro método de conhecimento do ser humano, que, pretendendo alcançar o mesmo grau de certeza das ciências físico-matemáticas, seria o fundamento teórico da sociedade, a base da vida política e econômica da sociedade. Napoleão também difunde um sentido para ideologia, ele trata os ideólogos como “metafísicos, que fazem abstração da realidade, que vivem em mundo especulativo”, mas Karl Marx a partir de 1846 apresenta a ideologia como formas ideológicas de pensar que fazem parte da superestrutura por meio da religião, da filosofia, da moral, do direito, da política, etc., e através das quais os indivíduos e os grupos sociais tomam consciência da realidade. Lowy em 1987 desenvolve o conceito de ideologia como “super estrutura ideológica”, porque ela está na cerne da problemática que caracteriza o saber científico, já com Lênin a ideologia é considerada “qualquer concepção da realidade social ou política, vinculada aos interesses de certas classes sociais”. Enquanto Gramsci considera ideologia “uma concepção do mundo que se manifesta implicitamente na arte, no direito, na atividade econômica e em todas as manifestações da vida individuais e coletivas”. Mannheim em 1972 faz distinção entre ideologia e utopia. A ideologia se apresenta com um caráter conservador e reprodutor da ordem estabelecida, enquanto a utopia se dimensiona pela crítica e negação da ordem social existente visando a sua ruptura. Severino (1986) apresenta a natureza do processo ideológico como, um processo de relação da consciência com a realidade social, um processo epistemológico e axiológico, um processo de dissimulação e ocultamento, um