Noronha
UMA OPORTUNIDADE PARA CORRIGIR AS DEFICIÊNCIAS
ESTRUTURAIS DO ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL
António Dourado Correia
Professor Catedrático
Departamento de Engenharia Informática
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Universidade de Coimbra
Discute-se actualmente em Portugal a adequação do Ensino Superior ao sistema previsto na Declaração de Bolonha. Portugal (acompanhado provavelmente pela Grécia) é o país da EU mais atrasado na sua implementação. Sobre esta problemática consultar por exemplo http://www.uc.pt/ge3s/documentos/documentos.htm ou www.bolognaberlin2003.de/pdf/bologna_declaration.pdf.
Inicialmente levantaram-se muitas perplexidades nos meios académicos Europeus em relação aos objectivos da Declaração de Bolonha (aprovada pelos Governos em 1999).
Nos anos mais recentes a sua implementação acelerou-se significativamente, em muitos casos por imposição legislativa. Pode-se encontrar na revista World Education News &
Reviews http://www.wes.org/ewenr/ um balanço actualizado da situação em diversos países europeus. Os receios de empobrecimento cultural pela uniformização forçada são legítimos. Ao estabelecer uma filosofia de organização curricular centrada na liberdade de escolha do aluno no quadro de uma oferta multidisciplinar diversificada, permite no entanto o desenvolvimento de programas e actividades formativas que não só poderão contrariar a uniformização cultural como até potenciar a sua diversificação.
A nova organização estabelece um sistema de três graus académicos no Ensino
Superior: o 1º grau (Bachelor) de com 3 ou 4 anos de duração, seguido do 2º grau
(Master) com 1 ou 2 anos, e do 3º grau (Doctor) com 3 anos de estudos.
Olhando para o futuro, esta (re)organização do Ensino Superior pode ser vista como o preâmbulo do próximo alargamento da escolaridade obrigatória na Europa, que incluirá previsivelmente o primeiro ciclo superior de três anos (num total de 15 anos de escolaridade obrigatória, alargando