No Fogo Cruzado da Educação na Maré
Vivências do Projeto Educação para a Paz: uma Reflexão sobre Violência,
Agressividade e Mediação de Conflitos Escolares
Maxwill M. S.A. Braga
Mestre em Educação e Globalização, Universidade de Oulu, Finlândia
Bacharel em Relações Internacionais, Universidade de Brasília
Facilitador no projeto “Educação pela Paz” e Elaborador de Projetos do Parceiros Brasil –
Centro de Processos Colaborativos
Leonardo de Abreu Voigt
Licenciado em Ciências Sociais, Universidade Federal Fluminense
Facilitador no projeto “Educação para a Paz” do Parceiros Brasil – Centro de Processos
Colaborativos
Introdução
Este artigo discute o impacto da violência na relação ensinoaprendizagem em duas escolas da Maré. Inicialmente, inserimos a educação nas favelas em um contexto mais amplo que envolve uma reflexão sobre desigualdade social. Em seguida, apresentamos definições e conceitos relacionados à violência nas escolas para subsidiar a discussão posterior das vivências do projeto Educação para a Paz. Logo após, fazemos uma contextualização histórica e sócio-geográfica a fim de abordar a questão dos estigmas territoriais dos moradores de favelas.
Provemos uma explicação sobre o projeto “Educação para a Paz”, descrevendo o currículo de Resolução de Conflitos nas Escolas e o programa de mediação como uma proposta para melhorar o paradigma da violência.
Finalmente, compartilhamos vivências de dois facilitadores do projeto
“Educação para a Paz” da OSCIP Parceiros Brasil em duas escolas da Maré:
CIEP Operário Vicente Mariano e Escola Municipal Teotônio Vilela. Com base nessas vivências, concluímos com uma análise sobre o impacto da violência e da agressividade na relação ensino-aprendizagem.
1
Desigualdade Social, Violência e Agressividade
O desenvolvimento da economia nacional que passou a ocupar a posição de 7ª maior economia, em 2011, e o concomitante avanço do papel do
Brasil na geopolítica mundial –