Álvaro de Campos
A heteronimia[editar | editar código-fonte]
Em 13 de Janeiro de 1935, Fernando Pessoa escreveu uma longa carta ao escritor e crítico literário Adolfo Casais Monteiro, que lhe solicitara resposta a algumas questões, designadamente sobre a génese dos heterónimos4 . Em resposta, Pessoa fez uma «história directa» dos seus principais heterónimos, que considera serem Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. "Eu vejo diante de mim, no espaço incolor mas real do sonho, as caras, os gestos de Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Construi-lhes as idades e as vidas". Criei, então, uma coterie inexistente. Fixei aquilo tudo em moldes de realidade. Graduei as influências, conheci as amizades, ouvi, dentro de mim, as discussões e as divergências de critérios, e em tudo isto me parece que fui eu, criador de tudo, o menos que ali houve. Parece que tudo se passou independentemente de mim. E parece que assim ainda se passa. Se algum dia eu puder publicar a discussão estética entre Ricardo Reis e Álvaro de Campos, verá como eles são diferentes, e como eu não sou nada na matéria. Álvaro de Campos por Fernando Pessoa[editar | editar código-fonte]
Na referida carta para Adolfo Casais