Àlvaro de Campos
Eu vou falar um pouco sobre o tema Álvaro de Campos: A abúlia e o tédio (a abúlia pode-se dizer que é uma doença que tem por sintoma a perda da vontade de fazer algo) (tédio – aborrecimento). Eu escolhi este tema porque pareceu-me tratar de um assunto interessante em falar e pelo facto de todos nós, acho eu, sentirmos por vezes esta sensação de aborrecimento e a perda de vontade de fazermos algo. Isto foi o que me motivou a escolher este tema.
Álvaro de Campos, como vocês devem saber, é uma das personalidades literárias de Fernando Pessoa, e a sua escrita decorreu por três fases, fases essas em que o sujeito poético exprime diferentes tipos de sensações em cada uma delas.
As fases em que se verificam este tipo de sensações são na primeira fase, a Decadentista, e na terceira, a Intimista ou Pessimista.
Na Decadentista, o sujeito poético sente-se cansado, abatido, sente um tédio profundo em relação à própria vida e à civilização e expressa a necessidade de fugir à rotina que tem e de experimentar novas sensações, que concretiza-se, por exemplo, através do ópio, um estupefaciente muito conhecido da época.
Um poema que serve de exemplo desta fase é o “Opiário”, escrito durante uma viagem ao Oriente, em que o sujeito poético viveu num barco e, mesmo tendo contacto com várias pessoas de diferentes nacionalidades não deixa de sentir desgosto pela própria vida. Diz também que não valeu a pena viajar por tantos lugares, pois acha a terra semelhante, independente do país todos se assemelham. E pronto, o ópio é onde ele se refugia quando se sente enfraquecido e neste poema é visto como uma substância sagrada capaz de fazer quem a consome encontrar a paz e a tranquilidade da mente, que é o que o sujeito poético procura para conseguir aguentar viver esta vida em que não se consegue adaptar.
Na Intimista, terceira e última fase, sofre uma série de desilusões porque procurou as sensações, encontrou-as, mas não as consegue realizar pois