Nissan: o forasteiro
Ghosn acima de tudo sabia o que o esperava, conhecer a cultura japonesa e não só a cultura empresarial foi uma medida importantíssima para tomar suas decisões, ele sabia que pontos como qualidade, respeito, transparência e até mesmo o ceticismo na administração vinda de um estrangeiro, era algo que precisaria ser trabalhado com cautela, mas com urgência devido à situação financeira da empresa.
Quando Ghosn chega à conclusão de que o primeiro passo é atacar a cultura empresarial da Nissan percebendo que se continuar com o mesmo trabalho dos seus antecessores o insucesso seria inevitável, sua primeira medida foi conquistar a confiança dos executivos da Nissan de que todo o trabalho que viria a ser realizado era para trazer a empresa a patamares antes alcançados, mas agora distantes. Ghosn sabia que a confiança só seria restabelecida vinda dos próprios funcionários, por isso ele seleciona equipes de administradores da própria Nissan para verificar os gargalos e propor medidas de mudanças na gestão.
Fechar fábricas abaixo de sua capacidade produtiva, redução de custos, reorganização do sistema produtivo foram medidas adotadas com transparência e respeito, que fizeram despertar um gigante do setor automobilístico, outrora adormecido, tudo isso feito de forma coletiva e sem imposição, levou Ghosn a trilhar caminhos sem volta, mas benéficos à gestão da empresa, suas atitudes não só foram suficientes para garantir o sucesso a médio prazo como incentivou outras empresas japonesas a adotar medidas