Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, define com perfil e ser este fulgor baço da terra que é Portugal a entristecer – brilho sem luz e sem arder, como o que o fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem, nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Neste poema, o último de Mensagem, Fernando Pessoa transmite uma imagem desencantada da realidade do Portugal dos seus dias..
De acordo com uma antiga profecia o rei Sebastião não morreu em Marrocos e vai voltar num dia de nevoeiro.
O Nevoeiro é, assim, entrelaçada com o mito do retorno do Desejado (que se ansiava ). Neste poema final da Mensagem, Fernando Pessoa introduz uma volta final que permite uma estreita magistral a todo o poema : ele descreve a situação um tanto infeliz e abandonado por seu país , no momento da sua escrita e termina afirmando que tal situação é , simbolicamente falando , nevoeiro . E assim ele clama que é tempo de o rei, vir: " É a hora ! " o que significa que é realmente o momento certo para a profecia a ser cumprida.
Fernando Pessoa- O Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, define com perfil e ser este fulgor baço da terra que é Portugal a entristecer – brilho sem luz e sem arder, como o que o fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem, nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Neste poema, o último de Mensagem, Fernando Pessoa transmite uma imagem desencantada da realidade do Portugal dos seus dias..
De acordo com uma antiga profecia o rei Sebastião não morreu em